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Sobre a minha explicação para a crise económica

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1149633_3bc1_625x1000 A presente convulsão económica está a conduzir os povos de nações desenvolvidas mas pouco competitivas e produtivas a um inevitável nivelamento pela negativa do estilo de vida de acordo com a nova realidade mundial.

Uma metáfora para explicar isto é pensar-se em dois aquários com peixes. Um deles contem os peixes das espécies europeias, norte-americana, japonesa, etc. No outro vivem apertados peixes de espécies como a China, a Índia, o Brasil, a Rússia, bem como outras espécies asiáticas, africanas, etc. O primeiro aquário é rico em condições (oxigénio, comida, pedras, plantas), enquanto que no segundo os peixes esfalfam-se por oxigénio e comida que chegue para todos.

De repente, uma inesperada novidade substitui o primeiro aquário por um aquário maior e junta peixes das espécies China, Índia, Brasil e Rússia aos peixes que viviam no primeiro aquário. O resultado disto é uma melhoria de condições para os peixes provenientes do segundo aquário, e uma consequente degradação da qualidade de vida dos peixes das espécies europeias, norte-americana, japonesa, etc.

Voltemos agora ao mundo real e terrestre. A globalização é precisamente este juntar os países todos numa igualdade de oportunidades. É a meu ver inevitável que ela ocorra porque os países que vivem pior têm o direito a sonhar com as condições dos que vivem melhor. Naqueles países em que se vive bem e aos quais a globalização provoca uma deterioração das condições, não é esperado que seja pacífica a transição para uma realidade pior. E não o é porque quando se é pobre tem-se humildade e à medida que se vai enriquecendo, nem que seja por força de se viver num país que pertence ao clube dos países desenvolvidos – sim, isto é enriquecer – adquire-se um apego ao estatuto como contraposição à perda de humildade. É aqui que entra a convulsão social devido à crise: há peixes a baterem-se pelas condições do aquário anterior, no lugar de compreenderem a mudança de condições e se ajustarem conscientemente à nova realidade.

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