Na medida daquilo que tem sido possível, tenho-me descoberto a cismar com a sensação de que florescem em quase todas as famílias casos de miúdos em quem se depositam todos os elogios e boas referências devido aos seus vertiginosos resultados escolares.
Todo este êxodo de talento para o mercado trabalho deveria pressupor um manifesto abanão no paradigma económico, empresarial e científico do país, tamanha a torrente de mentes brilhantes que este sistema de ensino está a certificar.
Onde andam, então, todos estes prodígios que servem de exemplo aos demais estudantes? Será exagero dizer que não estão a corresponder a essas expectativas? Será injusto acreditar que as fornadas de talento e brilhantismo que têm sido certificadas nas escolas deveriam produzir um efeito radical que cortasse com o que estava para trás?
Eu tenho a minha tese a este respeito. Hoje, que sou finalista de um curso superior, e volvidos 5 anos a cursar engenharia química, vejo que esse alegado talento média 20 vai todo espraiar-se para áreas que garantem empregabilidade mas que pouca riqueza criam ou ajudam a criar ao país. Engane-se quem pensa que ir para Medicina ou Arquitectura, que são os cursos preferenciais de captação dos talentosos, constitui uma mais valia para o país por excelência. Não, tratam-se de cursos que servem fins menos correlacionáveis com a criação de riqueza para o país e com o valor acrescentado.
Estes talentosos, são afinal, gente que só o é porque pretende ser Médico ou Arquitecto, não porque reúne condições para ascender a uma elite intelectual multidisciplinar no país. Mas volto a perguntar, onde andam e o que fazem os tantos talentosos que foram sendo formados ao longo de uma década, entre escolas públicas e privadas?
Será que neste preciso momento se estão a destacar na sociedade de maneira tão pronunciada como se distanciaram nas suas fabulosas médias escolares?
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