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Sobre a publicação de imagens nas redes sociais

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Como é do conhecimentog geral, a internet e os fenómenos comportamentais que gera pautam-se por um requisito chave para a atingirem a popularidade: a facilidade de compreensão dos seus conceitos, a qual se traduz na prática por uma lógica de funcionamento padronizada e acessível, que rapidamente confere domínio sobre as ferramentas.

As redes sociais, não fogem de todo a essa regra e prova disso é o sucesso que se lhes reconhece neste momento. Dentro do fenómeno das redes sociais, a postagem de fotografias previsivelmente se revela também ela fácil, acessível e rápida. De repente, em poucos minutos estão no ar imagens das últimas férias, imagens do último carnaval, imagens que simplesmente fomos tirando, provenientes de sítios onde estivemos, eventos ou convivívios em que participámos.

Faço deste ponto o ponto de partida para a reflexão que gostaria de fazer, visto que me parece premente fazê-la, quanto mais não seja para pôr em cima da mesa esta assunto.

Embora as redes sociais prevejam que cada pessoa tenha um perfil pessoal e se reserve o direito de gerir a sua privacidade pelo filtro da quantidade e tipo de informação que quer partilhar, ela nada pode fazer contra pessoas que se achem no direito de publicar (ou o dever de não publicar) conteúdos que envolvam outrem, sem que os outros se pronunciem a respeito dessa divulgação.

Deste modo, cria-se um embróglio cujos resultados podem ir do nulos até ao terríveis, passando pelo desconfortáveis, que resulta do caso de levarmos a sério a gestão da nossa privacidade na internet. Vejamos: um amigo nosso publica uma fotografia de grupo porque ficou muito bem na mesma, e esquece-se que estão mais 10 pessoas nessa mesma imagem que poderão não concordar todas em aparecer. Segundo as redes sociais, ele está no seu direito de publicar, porque não viola nada que diga respeito à legalidade do funcionamento das mesmas, mas a verdade é que estará a violar o direito à privacidade individual de cada pessoa que não foi consultada sobre a fotografia em questão.

Bem vistas as coisas, é do conhecimento público que as televisões, quando registam imagens em que aparecem pessoas, têm de requerer junto das mesmas permissão para as tornar públicas. Transportando isto para as redes sociais, não vejo porque deva ser diferente.

Na ausência de mecanismos de controlo, resta apelar às pessoas para que sensibilizem a respeito desta questão e a passem a ponderar mais quando quiserem publicar uma fotografia. Não somos iguais na gestão da nossa privacidade e não temos todos o mesmo gosto por uma fotografia em que aparecemos em grupo.

Uma vez, está em causa o que já referi neste espaço anteriormente: a tecnologia requer uma condizente aprendizagem/educação para a mesma, pois só assim pode ser verdadeiramente dominada.

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