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Sobre a união em prol de objectivos comuns

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Sugestionado por duas ocorrências recentes que ainda estão na ordem do dia, eventualidade de novas eleições para o país e as atribuladas eleições no Sporting Clube de Portugal (SCP), vejo-me motivado a estabelecer um pequeno paralelo entre o estado actual de ambos (SCP e país) para depois defender uma tese pessoal.

Pois bem, o que une a situação do SCP e do país, a meu ver, é que ambos se encontram em situações delicadas devido uma e uma só variável: dinheiro emprestado. Posto isso cessam as comparações entre ambos, até porque as escalas e relevâncias práticas são obviamente distintas, e começa a minha tese, que incide nada mais nada menos a respeito da atitude dos candidatos a presidente do SCP e dos líderes de partidos políticos com assento parlamentar.

A meu ver o aspecto que me leva a colocar ambos os casos em órbitas idênticas reside no facto de estarem/terem estado múltiplos agentes envolvidos na discussão da resolução dos problemas das respectivas instituições, mas a determinada altura a discussão ficar terrivelmente inquinada pelas quezílias e questiúnculas entre os agentes e estupidamente desviadas do assunto que se propuseram tratar.

Ora tudo isto irrita, porque estando lá eles e não cada um de nós, constatar que se perde mais tempo a discutir o procedimento de uns e outros e que é completamente secundária a discussão isenta dos problemas, é um sinal do fracasso da capacidade dos homens se entenderem através da palavra e de se unirem em torno de um problema comum.

Afinal de contas, se cada candidato a presidente do SCP conseguia sozinho reunir fundos para apoiar o SCP, porque motivo não se unem esses fundos e se ajuda de facto o clube em comunidade? Afinal de contas, se cada partido político tem mentes capacitadas para pensar e, arrisco dizer, resolver os problemas do país, porque motivo não se unem em prol do que lhes é um problema comum?

Soturnamente me apetece invocar Nietzsche quando afirmava que as pessoas fazem as coisas sempre para satisfazerem algo em si e nunca por solidariedade ou prática do bem colectivo ou a terceiros. É exactamente nesse plano que situo os intervenientes das duas realidades abordadas, pois só assim se explica que não consigam considerar as sinergias que se geram quando as pessoas se unem em torno de algo. Fechar a porta ao entendimento denota egoísmo e ganância, mas também pode denotar falta de confiança nos outros, o que, no caso da política, só dá azo a prolifere uma ideia generalizada que os cidadãos não confiam nos políticos. Perante este cenário, esta gente acaba por ser impotente, porque os problemas são mais prementes que o egoísmo que comportam.

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