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Sobre fazer algo original durante 30 dias

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No vídeo que serve de mote a este texto, o orador Matt Cutts instiga a audiência a empreender algo original nas suas vidas durante 30 dias. É uma ideia simbólica mas nobre.

Em termos existenciais, geralmente a rotina é sinónimo de paz e acalmia, mas o que dá profundidade à vida tende a ser o conjunto de experiências que de modo algum se podem enquadram no que entendemos como sendo rotina. É precisamente este o filão que o orador pretende explorar.

Ao vê-lo e ouvi-lo falar não consegui evitar pensar numa experiência pessoal ocorrida este ano, que partiu de um decisão espontânea de começar uma actividade física diária. Actualmente, passaram-se meses desde o início da referida actividade, e aquilo que ressalvo é que se mantenho há meses esta actividade física que cortou com a rotina pós jantar que vigorava na minha vida, estou em profundo acreditar que tal se deveu à forma como defini a estratégia motivacional: em vez de me concentrar num progressivo aumento da carga de actividade como resposta à habituação, concentrei-me, ao invés, na meta inicial, isto é, realizar esta actividade todos os dias.

Como o orador refere e eu me revejo, não interessa se, por exemplo, o livro que se decidir a escrever em 30 dias é bom ou mau, não interessa se não dará para ganhar um Nobel, interessa sim que durante 30 dias um livro foi escrito. O enfoque está no escrever durante 30 dias, não na qualidade, intensidade ou o que mais se possa analisar e dizer sobre o que é escrito.

Considero que o fracasso em cortar a direito com a rotina através da introdução intencional de uma actividade original resulta tipicamente de má definição do objectivo. Concentramo-nos preferencialmente na actividade em si, em como será, se para esquerda ou direita, se a branco ou preto, e substancialmente menos no aspecto crítico disto tudo, que é incorporar uma actividade que não consta da rotina, no tempo.

Repare-se que na palestra nada se define quanto à forma ou conteúdo dessa actividade, enquanto que, por outro lado, é dito claramente que o prazo é de 30 dias. Poderia ser de 1 semanas, 15 dias, 1 ano, o importante é ter uma meta e adequar o intelecto aos desafios encerrados no prazo.

Abunda pela sociedade um certo desfoque para o facto de que muitas vezes a tarefa ser secundária face ao prazo. Demorar o dobro do tempo é pior do que fazer um trabalho mediano no prazo adequado, independentemente da qualidade do trabalho que demorou o dobro do tempo a ser concluído. Os desafios temporais são bem mais prementes actualmente, daí ser de muito bom tom verificar que este video numa primeira leitura cativa pela ideia das tarefas originais, mas acaba por realçar a importância dos prazos.

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