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Sobre a venda produtos nacionais numa boa montra

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Anda meio mundo por terras lusas conversando sobre como fazer a economia portuguesa crescer, porque sem crescimento não sobra dinheiro ao estado para pagar as dívidas.

Compreender o que em verdade nos faz falta implica um exercício de auto-análise e uma recomendada fundamentação com exemplos. Vamos a exemplos.

Uma conhecida marca suíça que revolucionou a indústria do café devido à introdução de cápsulas é o maior exemplo de como a roupagem de um produto lhe pode substituir a qualidade. O café da referida marca perde em qualidade para a maioria das marcas de café existentes no país, pelo menos à luz daquilo que um português como eu entenderá de café, mas isso não impede, nem sequer invalida, o seu estrondoso sucesso. Como explicar um café que está abaixo dos concorrentes mas faz furor? É simples, tudo assenta numa vertiginosa máquina comercial de publicitação que visa colar a marca a um rótulo de estilo e elegância, para o qual contrataram um dos actores mais charmosos, elegantes e do mundo cinematográfico.

Em Portugal, passa-se com enorme frequência o caso contrário, produtos bons que estão em subaproveitamento face à concorrência. Lembro-me, por exemplo, do caso dos vendedores de fruta que abundam pelas estradas nacionais, gente que vende fruta de muito boa qualidade, mas que o faz sem qualquer preocupação de marketing, um termo que nem devem conhecer. Como a sua publicidade muitas vezes é apenas a exposição do produto ou, com alguma sorte, uma placa escrita à mão (quando não mal escrita), estes comerciantes vendem muito menos do que poderiam e, pior, quase são obrigado a fazê-lo ilegalmente, isto é, sem pagamento de impostos, como condição de sobrevivência deles próprios e do respectivo negócio.

Por fim, referira-se um terceiro exemplo que personifica a transição entre o caso de um produto em subaproveitamento por falta de uma boa publicidade, para um situação em que o mesmo produto, passado pouco tempo, é vendido como um valor incrivelmente superior por força da publicidade.

O caso remonta a 2009 quando um conhecido clube de futebol nortenho adquire o passe de uma atleta que jogava num clube de menor dimensão pela quantia de 300 mil euros e no fim dessa mesma época desportiva consegue vender o mesmo passe por 15 milhões de euros. Estando em causa uma questão de meses, não foi o “produto” que mudou assim tanto, antes a “montra”. Ora é precisamente de um boa montra que muitos produtos portugueses estão necessitados, para que rendam mais. A economia nacional crescerá na medida em que muitos produtos íntrinsecamente bons saibam vender-se nos mercados e assim criar uma vantagem competitiva.

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