Procurar:

Sobre a importância e o peso do nome próprio

Share it Please

 

image

Sucedeu na semana passada, por vicissitudes que não vêm ao caso agora, ter passado pela identidade de outra pessoa num evento como forma de aproveitar a oportunidade da mesma estar inscrita no evento e não poder ir e eu não estar e poder.

Sem delongas me apresso a garantir que não houve qualquer tipo de acepção criminosa ou malévola no sucedido, o qual não conduziu a repercurssões de natureza alguma, visto que o meu papel no evento foi de passividade, traduzia pela condição de espectador.

Ultrapassado o esclarecimento que me garante a necessária tranquilidade perante o ter passado pela identidade de outra pessoa, passemos então ao principal do que pretendo partilhar: é estranhíssimo como o nome que nos é atribuído e que nos acompanha desde que nos lembramos de nós tem tanto peso na nossa identificação quando se trata de uma simples palavra que resulta de uma mera atribuição sociocultural, a qual facilita a identificação de um indivíduo.

As letrinhas que compõem o nome próprio, mas também as do apelido, têm uma carga tremenda porque transportam o peso de representar um ser humano, o seu rosto, a sua história, a cor do seu cabelo, os seus gostos… Com sorte não demoramos nem meio segundo a oferecer a alguém que o pergunte uma verbalização do nosso nome, e é nessa rotina mecanizada anos a fio de apresentações e identificação que se esvai a noção do nosso nome como uma mera palavra.

É quase preciso que nos atribuam um nova palavra para nome próprio e tenhamos de nos sentir representados por ela para enfrentar questões profundas que chegam a ser patéticas, senão note-se que a determinada altura dei comigo a perguntar-me se tinha cara e aparência condizente com o nome pelo qual me fiz passar. Que patetice! Porque motivo fazer esta pergunta se nunca me perguntei se o nome que tenho representa bem aquilo que pareço e sou?

A resposta é que só passando por outra pessoa me obriguei a observar qual o peso do nome na forma como mentalmente construo e construímos a identidade humana.

Pensemos pois no seguinte: como seria a vida em sociedade, mas também a vida pessoal interior, se não houvessem nomes próprios e apelidos? Quem sabe não fôssemos obrigados a identificar pessoas com base nos atributos físicos, como de resto actualmente se faz, raramente imbuído de um sentido caricaturista.

Ao fim e ao cabo, o nosso nome é o nosso baú existencial, não mostra muito por si mas abre portas para a revelação da nossa identidade.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...