Podes descansar: não precisas de subir esta ladeira para teres uma vista privilegiada sobre o fim do mundo. Mas não descanses: sobe, vai lá, acerca-te do cume desse monte e numa vertigem de adrenalina procura vislumbrar esse anunciado fim do mundo. Satisfeito?
Julgo estarmos perante uma vista do fim do mundo sempre que nos cruzamos com gente que se encontra desistente da vida. Se assim virmos as coisas, é comum (cada vez mais) andar pelas ruas e dar de caras com o fim do mundo. Desliguemo-nos dessa imagem mental de explosões meteóricas e abalos sísmicos colossais, pois o fim do mundo é a implosão do ser, a supressão em apneia da vontade de chegar à superfície.
É urgente resgatar muitos de nós que se encontram no limiar da desistência. A vida é o mundo e o fim do mundo é inexoravelmente o fim da vida. Sobe ao monte que há em ti, identifica o fim do mundo e ajuda os teus semelhantes a salvarem-se desse flagelo.
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