No âmbito do binómio aprimoramento exterior versus interior, sinto que não prestamos um serviço à imparcialidade quando só entravamos a questão do embelezamento estético exterior a sociedade tem espicaçado, quando o que queremos, em verdade, afiançar e alertar se prende com a falta de cultivo da existência interior mais declarado e abrangente.
Buda defendia o caminho do Meio como sendo aquele que devemos perseguir, e nesta questão do âmago de cada um versus o seu aspecto, é isso também interessa pensar. Ainda que filosofias como a dos Estóicos procurem incentivar a que cada um faça depender a sua felicidade daquilo que controla, o corpo, não sendo controlado por nós, é-o cada vez mais, pelo que só com um esforço grandioso o conseguiremos anular do plano existencial.
Se pretendemos que mais pessoas cultivem o seu interior e que se aprimorem a esse nível, não temos de anular cegamente os esforços que podem estar a fazer para se aprimorarem fisicamente, antes estender a mão para que fortaleçam com idêntica vontade o seu interior. Um atleta de alta competição, fisicamente no seu limite presente do seu desenvolvimento, só compete ao mais elevado nível se estiver interiormente apetrechado e desenvolvido. Por aqui se vê que o desporto intersecta o desenvolvimento interior, podendo ser também um via para o mesmo.
Sem comentários:
Enviar um comentário