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Intouchables (Amigos Improváveis) não é só mais um filme, por sinal francês. No meu entender, estamos perante uma produção singular que oportunamente resgata o espectador habituado ao cinema de puro entretenimento (ou nele escravizado) para um cinema que disseca os mais sensíveis e pertinentes temas sem deixar de entreter.
Para se perceber a riqueza da obra e também que temas pertinentes são esses que refiro, passo a listar alguns deles:
- O problema da agregação de imigrantes em bairros pobres em França.
- O desemprego e o problema de gente que não quer trabalhar, mas viver do subsídio de desemprego.
- As formas possíveis de se lidar com um doente tetraplégico.
- O consumo de canábis como terapia.
- A ilusória vantagem de se ser milionário mas não ter saúde que garante independência e autonomia.
- O efeito estruturante da cultura na apreensão de princípios e sensibilidade segundo as quais qualquer homem se deve reger.
- A estranha lógica e economia que preside à arte contemporânea.
- A educação pela força versus a educação pela palavra.
- O amor e as diferentes formas de amar.
- A importância de termos impacto no mundo, nos ligarmos aos outros e deixarmos que os outros nos influenciem de acordo com a sua forma ser.
Se me fico por dez pontos é porque não pretendo exaurir a atenção do leitor. Intouchables é um filme a comprar, um filme a preservar, um filme a usar para tocar aquele plano sensível que existe em qualquer ser humano.
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