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Sobre a honra, a pobreza e a subsidiação

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Numa sociedade de consumo, a pobreza como a entendemos nunca se erradica. Sobe de padrão, muda talvez de aspecto, mas nunca desaparece. O que desaparece, sim, e por si é causador de um mal a todos, sobretudo aos próprios, é a honra de se ser autónomo, a tremenda barreira de se achar impotente para arcar com as responsabilidade e custos da vida e dos bens necessários à sobrevivência.

Nunca uma sociedade deve cair no risco de fomentar a perda de honra e a transformação dos pobres em pedintes, como a subsidiação gratuita o faz. Hoje estamos sem dinheiro e uma fração relevante de pobres expõe todos os dias, no discurso que se lhes ouve, um grau de pedinchisse que evidencia a existência de uma classe num estado de autêntica bomba-relógio existencial. Julgam que os políticos cairão se a bomba rebentar, mas negligenciam que nem todos poderão não sobreviver à detonação da bomba. Só com educação e sensibilização se resgata este gente e seus vindouros da mentalidade espiral da perda de autonomia para governar a vida.

A pobreza material é um drama. Porém, dramático com D maiúsculo é quando a pobreza material degenera em pobreza de espírito, em perca da capacidade de assumir o mundo e a vida como são e tentar alterá-los no sentido da condição existencial que gostaríamos de alcançar. Antes de se subsidiar há que resgatar a honra a esta gente.

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