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Sobre o filme Força Ralph, e o saberes aceitar o papel que te cabe desempenhar

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Força Ralph é um filme de animação e comédia dos estúdios Disney, que se serve de um tema que que por si só entretém - o dos videojogos -, o apresenta numa forma que cativa - desenhos animados - para, fundamentalmente passar uma mensagem de grande importância: a cada um toca um papel a ser desempenhado no tabuleiro da vida e no contexto da mecânica do mundo, e há que saber aceitá-lo.

Não é rejeitando de todo a vida que temos que vamos contornar a questão de que sempre haverá quem esteja melhor, do mesmo modo que sempre haverá quem esteja pior. É também isto que Ralph, o personagem principal, acaba por perceber (ao contactar com a situação de Vanellope, por exemplo).

Por vezes sair do sítio onde nos estamos a sentir mal tem toda a vantagem: noutras paragens (noutro videojogo) teremos oportunidades de perceber a razoabilidade do que perseguimos, e em que medida isso é realmente prioritário (a questão da medalha que Ralph deseja a todo custo ganhar passa mais tarde para segundo plano). Por outro lado, ao sairmos deixaremos nas nossas costas o espaço vazio que antes ocupávamos, o qual clarificar a importância que verdadeiramente tínhamos, assim como permite repôr justiça quanto ao valor temos e a qualidade do que fazemos.

E se acontecer caber-nos desempenhar o papel ingrato de ser o perdedor, o que fica em prejuízo, o que é alvo da chacota para os outros rir ou o que faz de vilão, isso não tem de significar que se é menos que os outros. Alguém teria de assumir tais posições, pelo que quando nos bate uma função dessas à porta, de nada adianta empurrar com a barriga: há que saber aceitá-lo. "Não é por seres o mau da história que és uma má pessoa" - é mais ou menos este o lema da associação de vilões de videjogos que Ralph frequenta.


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