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Sobre o apelo ao exagero no consumo

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© Michal Dziekan



A cultura de massas subscrita pelo modelo de desenvolvimento capitalista através da industrialização, lança diariamente uma semente de abundância que apela a cada um para o exagero.Vemos este exagero numa miríade de coisas, sendo um dos mais icónicos bastiões desse desmesurado excesso a forma como no plano alimentar o excesso de peso se difunde na sociedade como um surto, atingindo uma popularidade muito preocupante e uma gravidade efetivamente mórbida.

Claro que temos também os exageros do álcool, os exageros da roupa, os exageros das telecomunicações, enfim, os diversos tipos de exagero que refletem uma desregrada necessidade de intensidade, a que inúmeras vezes respondemos com um desproporcionado consumo desse bem (ou desse mal).

Podemo-nos insurgir com o Estado por não regular (faz falta que se debrucem mais sobre isto) mas o problema aqui, parece-me, é sobretudo a falta de disciplina individual: o mundo é hoje um lugar extremamente apelativo, mas esse apelo não é necessariamente compaginável com o que é certo fazer e, sublinhe-se, com as proporções individuais: um restaurante pode vender imensos produtos por minuto, mas não significa que uma só pessoa tenha de consumir mais do que os que deve.

O serviço é exagerado porque quer servir o máximo de pessoas, não porque tu precises de ser mais e mais servido. É necessário que saibas qual a tua conta para cada coisa que consomes e contornar assim esta orgânica do apelo constante.

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