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Sobre o cupido, o amor, e o acreditar

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Cupid with the Wheel of Fortune - Titian (ca. 1520)

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Aqui que ninguém me ouve, nunca fui um grande fã dessa entidade que é o cupido. Terceirizar a responsabilidade por sentimentos parece-me excessivamente redutor para a condição humana. Se há alguém que dispara setas de amor e ódio esse alguém não é alado: somos nós.

Acredito cegamente (palavra que gostam de associar ao amor) que o amor é um ato de fé. Será mágico se se acreditar que é mágico, será revigorante se se acreditar que é revigorante, será trágico, se se acreditar na tragédia que pode provocar. Ao dizer-se um ato de fé, que não se pense que nos isenta de responsabilidade, antes pelo contrário, mora em cada um de nós essa capacidade para acreditar, a capacidade para ter fé num amor.

Só aquele que acredita em si, na vida que tem, e no mundo que lhe é dado viver, pode fazer a descoberta do amor genuíno, esse que liga ao mundo e se deposita em alguém em particular, segundo uma pauta de absoluta harmonia. Harmonia para com a pessoa escolhida, harmonia para com o interior espiritual, harmonia para com o mundo como um todo.

Há pois que viver o amor em primeira pessoa, chamá-lo a nós e responsabilizarmo-nos pelo acreditar que ele requer. É como uma chama olímpica que precisa de ser preservada dentro de nós como garantia de que a vida está viva.

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