© Julie Cockburn
São tradições como a Páscoa e o Natal que resgatam na sociedade civil o ideal de família, o qual assenta privilegiadamente numa lógica de matriarcado ou patriarcado, sediados num lar agregador.
As famílias tradicionais estão longe de operar sob as premissas da democracia, e não consta se ande desejoso de lançar um 25 de Abril familiar para implementar novas regras. Aliás, as novas regras que o entendimento actual trouxe, patrocinadas pelo aclamada aspiração à liberdade (quase) total, convergem mais na desestruturação familiar do que na preservação da mesma.
O outro elemento, o lar, aviva em nós a noção de que, não estando em causa todos podermos ter as mesmas coisas, haverá sempre coisas que requerem que uns abdiquem do que têm e façam parte do usufruto de posse dos outros. Cinco casais têm cinco casas mas só se podem todos encontrar numa. A partilha não se joga apenas com o que nada têm: também quando todos têm e alguns sacrificam essa posse ( e com ela caprichos de poder, autonomia e outros) para celebrar a posse do outro.
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