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Sobre a ideia de que os outros não existem na sociedade

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©  Michal Dziekan


Deparei-me ontem no espaço de uma hora com duas situações que, pese embora serem suficientemente distintas, assentam numa mesma problemática. Por um lado uma automobilista intolerante (que buzina a todos e gesticula) a sair de um parque absolutamente congestionado por outros automobilistas a tentar fazer o mesmo; e por outro um restaurante que, atendendo os clientes por ordem de chegada, faz questão de informar o tempo que cada sandes demora a ser confecionadas (mas não o tempo da fila).

Se vivemos em sociedade e isso implica a sobreposição do colectivo ao individual, temos de partir do princípio que qualquer que seja o que nos proponhamos fazer, outras pessoas poderão eleger o mesmo para si. Porque motivo, então se informa um cliente sobre o tempo que demora a sua sandes a ser preparada quando se o cliente da frente pedir um sandes igual, em termos práticos essa sandes demorará pelo menos o dobro do tempo a ser concluída? Porque motivo se buzina e se impede raivosamente os outros de entrar numa fila, quando todos à volta convergem nesse mesmo objectivo?

É por acaso suposto não haver mais ninguém à face da terra quando nos movimentamos"em sociedade" e nos dirigimos a estruturas concebidas para "a sociedade"? Precisamos uns dos outros, pelo que é mais do que avisado que nos integremos uns aos outros na forma de encarar e interpretar o mundo.

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