Num mundo em franca tendência para a progressiva automatização de movimentos e rotinas, o homem vê-se num apelo constante para adquirir traços mecânicos bastante distintos da sua orgânica natural mas muito próximos da lógica que preside aos inventos de que mais se orgulha.
Este advento traz-nos o conceito de homem máquina, um grande núcleo de seres que aparentam ter hibernado na sua humanidade em detrimento de um funcionamento superficial e mecânico. Contudo, não nos enganemos: ninguém nasce máquina. Esta incidência passa por uma anulação comportamental, por uma supressão de elementos interiores que deveriam ser acarinhados e estimulados, ao invés de silenciados.
É assim que chegamos a este estado de crónica apatia, que nos deixa órfãos de autonomia e amputados de reação. A imoralidade ganha espaço, assim como a falta de ética, honra, respeitabilidade, compromisso e palavra. Estes instalam-se como normalidade, e a sociedade começa a marcar passo rumo ao que poderá vir a representar o calcanhar de Aquiles por onde será levada a sucumbir. Para num novo dia, com nova gerência se reerguer.
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