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Sobre a "via certa": regresso a um velho amigo conceito

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© Chris Verene

1. Bati-me há uns anos pela disseminação de uma ideia ancorada no conceito de "via certa", que visava recordar os meus pares de que existem formas adequadas e recomendáveis para se conhecer outras pessoas em vertentes que estão menos expostas no universo de ações e conversações quotidianos.

2. Volvidos alguns anos persisto nessa convicção: há coisas que não se perguntam só porque apetece perguntar, respondem-se antes a seu tempo, no fórum e ambiente certos. ("a via certa"), dispensando inclusivamente a verbalização oral da interrogação. Se temos curiosidade por alguém (ou algo) em particular não devemos partir para a saciedade dessa curiosidade encostando a pessoa (ou algo) à penosa situação de se sentir na obrigação de dar uma resposta. A coação para se saber nunca ganhará à persuasão natural que brota do sentimento de "via certa".

3. Devemos sobretudo apontar à construção de "vias certas", de pontes naturais de comunicação em que nós e os demais convergimos numa comunicação franca, livre e genuína. Para isto precisamos de ganhar confiança, consciência e tolerância, algo que passa muito pela disciplina de anular a ousadia de perguntar por perguntar, como quem exibe uma incontinência de curiosidade que na maior parte das vezes viola o equilíbrio cristalizado pela máxima de que "tudo tem o seu tempo". E tudo tem uma via certa, também.

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