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Sobre o exemplo das Galápagos, relativamente a uma vivência sem falsos medos

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Galapagos Giant Tortoise - Rachel Weissman


Num documentário do notável David Attenborough dedicado à biodiversidade das ilhas Galápagos, fui surpreendido com uma observação que relatava a invulgar afabilidade dos animais desse arquipélago pese embora o seu carácter selvagem. A explicação para esta realidade comportamental incidiu na ausência de predadores de grande porte, facto que elimina a "perceção" de risco e abranda as defesas ou prudência dos animais no contacto com o desconhecido.

Retive esta ideia no pensamento porque, para lá do seu valor científico (biológico), me sugere muito sobre a própria natureza do homem e a sua vivência em sociedade. Porque nos tornamos predadores uns dos outros?

Se as pessoas se fecham em copas sob a égide do direito à privacidade que conquistaram, a verdade é que só são desconfiadas e agressivas face ao desconhecido porque pressentem a existência de predadores (da sua felicidade), humanos ou sistémicos. Está ao nosso alcance construir uma sociedade mais à semelhança das Galápagos, e o esforço nesse sentido pode começar já hoje. Muito do nosso sofrimento é gratuito, resulta da projeção sistemática de sombras sobre o caminho que temos de percorrer, agravando a noção de dificuldade e induzindo a uma desconfiança e receio generalizados. Medo (também) gera medo.

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