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Sobre a polpa filosófica do filme Avatar

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Avatar não é só um filme de ficção científica. Avatar é um tratado de filosofia que explora as duas grandes abordagens que podemos ter face ao desconhecido: aprender a lidar com ele, ou subjugá-lo pelo uso da força. Todo o filme é uma metáfora, pelo que mais do que discorrer sobre o cenário extraplanetário de que se serve com abonada criatividade, chamo à atenção para o valor da sua polpa filosófica.

Quando se começa a trilhar o caminho da compreensão, percebe-se que este requer um esforço no tempo e que nem há certezas ou garantias absolutas de sucesso. Talvez por isso seja apelativo transformar os desafios de compreensão em braços de ferro decididos pela aplicação da força bruta e insensível. Tal decisão surge naturalmente como produto da impaciência e do medo. (Não é assim que caricaturalmente procedemos também com os equipamentos eletrónicos e seus manuais?)

Quando o desconhecido em causa consiste em seres vivos, insistir na vontade de os perceber matará toda e qualquer vontade de os agredir. Para tudo existe uma lei, e à medida que a lei se revela percebemos que sempre existe algo em comum entre quem somos e o desconhecido. A integração é o caminho para a compreensão, e para isto precisamos de dedicar atenção. Precisamos de nos fundir com o desconhecido para o perceber: à distância (física, emocional e mental) não é possível estabelecer ligações válidas que vencem o que nos separa dele.

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