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Sobre o problema da falta de compasso nos pontos de funcionamento colectivos

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Tenho-me vindo a aperceber de como inúmeros problemas da sociedade, daqueles que te fazem suspirar porque te vês sozinho ante um paredão difícil de amover, devem a sua dificuldade a uma coisa: incapacidade de sincronizar e coordenar esforços.

Hoje acordas com vontade de mudar alguma coisa premente, mas ao não encontrar membros suficientes para a tua causa, sofres um pouco com isso mas larga-la, pelo que amanhã o mais certo é distraíres-te com outra coisa qualquer (uma nova causa?). Acontece que precisamente amanhã acordará outra pessoa com imensa vontade e motivação para a tua causa de ontem, e não te vai ver nada motivado para a mudança porque já estás noutra e não vais poder colaborar. Tens a tua vida. Este dominó vai-se jogando numa dinâmica de espasmos de mudança até que algo de impactante acontece e induz finalmente a uma sincronizada e coordenada via para a mudança. Normalmente vem na forma de tragédia.Pode chegar pela mão de um Governo, pela mão de uma guerra, pela mão da Natureza ou pela mão de algo marcante como um acidente ou uma notícia que apele muito à emoção e canalize a energia e atenção de todos.

Inúmeros problemas da sociedade vivem neste registo: um descompassado ponto de funcionamento colectivo é o que os estorva. Andamos todos quase sempre distraídos com qualquer outro assunto, ou então temos tantos mas tantos penduricalhos na nossa vida que nos tornamos impotentes para desafios que impliquem dedicarmo-nos a sério a uma só coisa de cada vez. É penoso demais para a doutrina do multitasking em que estamos mergulhados, não é?

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