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Sobre o sentido do emprestar e do pedir emprestado

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False Equivalency, por Geoffrey Agrons


Quiçá o busílis da maleita de que têm padecido algumas democracias capitalistas como a nossa se prenda com a possibilidade de emprestar e pedir emprestado. Mexendo nesse binómio, repensando as regras com que admitimos que o processo se dê, conseguiríamos contornar e atenuar defeitos humanos como a ganância e a chantagem, e incitar a sociedade para valores como a disciplina e a dignidade.

Aprender a viver sem a possibilidade da dívida é, em certa medida, um forma de estoicismo, já que comunga desta corrente filosófica a noção de que devemos, na vida, contar apenas com o que é verdadeiramente nosso, isto é, com aquilo que em verdade controlamos, e fazer a nossa existência depender disso. O caminho do emprestar/ pedir emprestado, salvo se tiver um carácter de excepção na sociedade, desperta no homem que empresta um poder e hegemonia que facilmente descambam para a subjugação dos seus semelhantes, e no homem que pede emprestado, o desespero é leva à resignada assinatura da subserviência, indo-se por essa via a dignidade de quem sabe estar limpo e só depender de si para viver.


O meu pensamento sobre a vida pública tem orbitado este assunto, estando ainda por amadurecer em mim os frutos desta discussão. É um terreno perigoso, em que demagogia contra os agiotas pode cegar num ápice o sentido de justiça. Certo é que, não tendo os derradeiros frutos desta discussão por agora, não contem comigo para os pedir emprestado. Há que dar o exemplo, e eu quis só, por ora, levantar esta lebre selvagem e tabu.

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