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Sobre o filme The Revenant, e a dor humana como motor de metas e revanches

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Onde menos se espera encontramos as grandes questões (ancestrais) da Humanidade, e em The Revenant, Di Caprio protagoniza a história de um caçador traído por homens ignorantes e/ou gananciosos, que sacrificam a ética à satisfação dos seus próprios desejos, fazendo colapsar o sentido primordial de justiça.

Se é inexorável que a primeira nobre Verdade de Buda nos fala da ubiquidade da dor (no sentido em que se faz notar em todo e qualquer ser humano que encarna no mundo para viver um vida de superação das suas lacunas), em The Revenant encontramos índios que guerreiam para colmatar o sequestro de uma filha sua e o sentimento de usurpação de recursos naturais seus, encontramos caçadores americanos que guerreiam esses índios por ódio e para poder continuar a tirar um salário, e encontramos o caçador Hugh Glass (Di Caprio) que sofre com a fatal perda da esposa índia, e que passa a sofrer ainda mais quando assiste ao assassinato à traição do próprio filho por parte do caçador John Fitzgerald (ator Tom Hardy) a soldo de um aliciante desejo de sair daquele ambiente e viver na calmaria do calor do Texas.

No meio destes turbilhões de ação e reação por partes das diversas personalidades/personagens, a Natureza surge em pano de fundo como um ambiente puro, magistral, mas também agreste e disciplinador, um cenário belo mas exigente, que requer respeito e contemplação, mas que a dor humana, nas formas ativa ou passiva, tende a colocar para segundos e terceiros planos, em detrimento de metas e revanches aparentemente mais pertinentes.

Em todo caso, em The Revenant estamos perante um filme de singular qualidade.

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