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Sobre o filme Paraíso, e a balança como barômetro do amor que sentimos por alguém

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Dos vários motivos que o cinema já explorou como mote para estragar a relação amorosa de um casal, talvez o emagrecimento de alguém nunca tenha sido explorado, pelo menos até ao aparecimento filme Paraíso (2013), da mexicana Mariana Chenillo.

A crítica aparentemente não lhe dá o destaque e louros que merece, talvez por ser integralmente hispânico, talvez por ter como estrelas pessoas absolutamente normais, talvez porque o amor entre gordinhos não preenche os requisitos do surrealismo plástico-cirúrgico norte-americano.

Vaidades à parte, o filme lida com o drama de um casal de mexicanos obesos que muda de cidade e embarca no desafio de se começar a disciplinar no sentido da perda de peso. Só um deles acaba por conseguir, e a relação começa a vacilar quando a nova condição física de um deles gera tensões ao nível da gestão de expectativas sobre a estética de cada de um, mas também devido às alterações à rotina que o estilo de vida mais saudável obriga, nomeadamente na vertente alimentar.

Paraíso é um filme necessário para os tempos de hoje, uma época em que se come demais e em que as relações amorosas tantas vezes vivem na fragilidade da espuma dos dias. Como nenhum outro, Paraíso explora a questão de como muitos de nós ama mais com os olhos do que com o coração. O filme tem, de resto, uma questão de fundo como cartão visita: quanto pesa o amor?

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