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Sobre o pensamento mágico e a sua importância para se ser pessoa inteira, segundo Manuela Correia, ao som de 'Lighthouse' (Patrick Watson)

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Extended Space - Kishio Suga (2016)

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"Quando fazemos interpretações de livros antigos (e podemos dar como exemplo a bíblia, mas não só),  temos tendendência a interpretá-lo com um pensamento hipotético-dedutivo, portanto cognitivo, e eles são pensamento mágico. Isso é a poesia, e isso é que os transforma em universais, possíveis de serem interpretados de quantas maneiras quantas pessoas existem ao cima da terra. Depois, claro que há orientadores, que guiam de alguma forma, já dentro da própria religião, ou das variantes das religião (catolicista, protestantismo, calvinismo, metodistas, etc), mas a matriz é o pensamento mágico.



E o pensamento mágico, hoje em dia, no presente, está muito afastado das nossas vidas. Está praticamente reduzido a coisas de superstição, jogar na lotaria. Eu estou em crer que o pensamento mágico, que é um pensamento que radica essencialmente na infância, é importantíssimo, e que nós podemos transportá-lo ao longo nosso ciclo de vida.



A minha experiência pessoal (e cada um terá a sua) de estar em contacto com ele, é estar ligado à Natureza. (...) É essa ligação com o todo que me permite manter, como se diz vulgarmente, a criança que há em mim. É através de um nunca me desligar do meu pensamento mágico. Porque eu quero compreender as coisas. Eu sou médica, e portanto baseio-me no método científico, mas eu sei que ele não é a única grelha para ler a realidade. É uma grelha que é importante para mim, para sociedade em que eu vivo, é importante na forma aplicativa para eu ajudar as pessoas que estão em sofrimento, mas não chega para eu ser pessoa. Eu preciso do pensamento mágico para ser pessoa inteira."



Manuela Correia (Psiquiatra) 
Curso de Cultura Geral - Episódio 8 - 26/02/2017, RTP

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