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Sobre o conceito de código genético cultural, e a pessoa que somos à luz dos conteúdos a que nos ligamos

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Décalcomanie (Decalcomania) -  René Magritte (2010)

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A descoberta do código genético foi um marco histórico no entendimento que a humanidade faz da mecânica que preside à hereditariedade, à evolução, entre outras. Depois da descodificação, o desafio passou a ser, sobretudo, o de perceber como operar sobe este código com vista à melhoria da saúde humana. Embora do ponto de vista técnico a genética seja um assunto restrito a profissionais altamente especializados, para a sociedade e cidadão comum aparenta ser um dado adquirido, um conceito amplamente aceite e interiorizado.

De modo simbólico, a rede social StumbleUpon adotou o conceito de DNA para mapear os conteúdos culturais que os seus utilizadores promovem e movimentam no universo digital. Com isto, é possível perceber, numa base percentual, a natureza dos conteúdos preferidos, sejam eles do foro do desporto, da literatura, da história, da tecnologia, dos jogos, etc. Trata-se, portanto, de uma forma pertinente de sistematizar que pessoa somos em termos de consumo de conteúdos.

A grande vantagem de podermos consultar um código genético cultural, na forma proposta pela StumbleUpon ou noutra, é a oportunidade de nos vermos retratatos em termos de preferências, mas também a inevitabilidade de sermos diagnosticados pela falta de ecletismo, fontes de influência, ou tipo de imagens mentais que nos apoiam a entender a complexidade ou simplicidade das realidades que nos confrontamos. Quanto mais não seja, serve para estarmos cientes de que também somos aquilo que consumimos e promovemos, e que esse é um código tão real e manifesto como o das características biológicas.

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