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Sobre o filme 'O farol das Orcas' (Gerardo Olivares), e a bela e comovente entreajuda que a vida permite aos que nela se aventuram com vista à felicidade

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O filme que dá pelo título «O farol das Orcas» (direção de Gerardo Olivares) é uma muito agradável obra de cinema que justamente merece gáudio e recomendação. Reza a sua sinopse o seguinte: "Uma mãe viaja até à Patagónia com o seu filho autista na esperança de que um guarda-florestal e um grupo de orcas selvagens possam ajudar o rapaz emocionalmente". Acresce a isto uma orla de realidade, porque o enredo é verídico, o que o torna ainda mais dramático, belo e inspirador.

Salientaria, no particular, a curiosa efeméride de encontrarmos nesta história e filme múltiplas quebras de clichés. Senão vejamos: um tipo de de animais apelidados de 'assassinos' (orcas), que afinal não o é para humanos mostrando-se inclusive empáticas (quais golfinhos); uma criança autista que vê no encontro com orcas motivos para se curar, e que no processo vai curar o próprio guarda-florestal do seu passado trágico; uma mãe que racionaliza as circunstâncias da sua vida e que materializa o seu amor no empenho da procura de uma atenuação plausível para as contingências que a psique do seu filho impõe; finalmente, uma forma de gravar um documentário sobre a particular expressão da Natureza na região da Patagónia, sem que para isso inexista o enredo que a presença de humanos sempre acarreta ao nível do sentido e importância da passagem do tempo.

Longe de ser um filme aclamado pelo grande público anglo-saxónico, acredito que o possa ser, a prazo, para os latinos que com ele contactem, pelo menos se estiveram ainda permeáveis à emoção e sensibilidade que a natureza humana e não-humana é capaz de suscitar na sua forma selvagem ou refinada. 

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