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Sobre o que se diz, pensa, ou expressa num clímax desportivo, a operacionalização subjectiva da justiça, e o álibi da discriminação pessoal

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Oneness of space - Kishio Suga (2008)

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A recente polémica em torno de uma jogadora de ténis norte-americana de grande nomeada que fez uma birra perante uma sanção disciplinar invulgar do juiz (por sinal de nacionalidade portuguesa) impôs-se como uma enorme oportunidade mediática para discutir racismo, feminismo, desportivismo, conservadorismo, e outras causas que tal.


Ressalvaria deste caso duas coisas que mostrama relatividade e diversidade cultural humana. Em primeiro lugar, no ténis parte-se recorrentemente a raquete em sinal de protesto, fúria ou simples descontentamento. Já no estilo musical rock parte-se não raras vezes a guitarra como forma de manifestação de clímax, derradeiro desfrute, transe de prazer. As emoções humanas socorrem-se do que está ao dispor e tomam controlo das pessoas sempre que a parada está alta, seja num concerto de rock ou num torneio de ténis. Tais momentos estão longe de ser aqueles em que um ser humano se encontra em recomendáveis condições de revelar sensatez, pelo que o melhor é não sobrevalorizar que neles se diz, pensa, ou expressa.

Em segundo lugar, do que entendo da justiça civil, sempre que um dado tipo de caso é julgado favoravelmente ou não favoravelmente pela primeira vez isso abre um precedente (jurisprudência), marcando as probabilidade futuras de que tal decisão se venha a repetir. No desporto não existe propriamente jurisprudência (creio) mas isso não invalida que possam existir momentos em que o juiz, dentro da sua subjetividade de interpretação da lei do jogo, possa abrir um precedente e penalizar o que habitualmente não levava a condenação. Não é recomendável que se confunda isso com formas de discriminação ou partidarismo.

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