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Sobre o enorme feito civilizacional que é a União Europeia, e a responsabilidade real e inadiável de a preservar

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Avizinhando-se eleições europeias, tive a oportunidade recente (e pertinente para o que aqui pretendo escrever) de, no espaço de um dia útil de trabalho, sair de casa pela manhã, voar mais de 2h para um país europeu a milhares de km de distância de casa, reunir tarde fora com cidadãos de várias nacionalidades nesse país, apanhar um avião de volta para casa, e acabar a dormir na mesma cama que deixei para trás de manhã. Se isto demonstra o estado da arte em matéria mobilidade, mais importante ainda é que demonstre como é possível encurtar distâncias, realidades e culturas transnacionais desde que se os povos se voluntariem e confiem em interligar-se.

Num tempo em que quase não falamos com os nossos vizinhos, poder ainda assim circular de um país para outro, e de reunir em territórios alheios com a mesma facilidade de quem partilha uma sala de coworking com colegas de trabalho, permanece um feito civilizacional enorme. É-o porque nos sabemos diferentes, e porque, não forçando igualdades onde elas não existem, ainda assim conseguimos conviver e beneficiar de sinergias, tal como o efeito de proteção de grupo. Assimetrias haverá sempre, mas estas são mitigáveis desde que haja abertura para as tentar corrigir.

A União, que neste caso é europeia, une quem está dentro, e deve tratar do estado de saúde desses vínculos e pontes, mas isola quem está fora, e por isso deve cuidar da relação com os vizinhos. As hordas de pessoas que querem migrar para a União Europeia reconhecem o progresso civilizacional desta. É também por tudo isto que escolher os representantes para a condução do projeto europeu é uma responsabilidade real e inadiável, que muito transcende braços de ferro partidário específicos e passageiros. O principal é a união dos povos. Vote-se nos mais capazes de a preservar.

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