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Sobre 'o talento de um indivíduo não se esgotar nos conhecimentos técnicos ou pressão dos exames', e as várias formas de brilhar

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Una Storia Vera - Willy Verginer (2018)

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O reitor da Universidade de Aveiro - Paulo Jorge Ferreira - assinou um artigo de opinião onde declara que "o talento de um indivíduo não se esgota nos seus conhecimentos técnicos ou na forma como lida com a pressão do exame; e há aptidões difíceis de avaliar com um mero exame." Saúdo enormemente esta declaração, porque a minha experiência pessoal mostrou-me que, tal como qualquer sistema de diagnóstico, o sistema educativo dá azo a falsos positivos e a falsos negativos nos indicadores que decide avaliar. Acresce a esses erros o permanente silêncio e negligência do mesmo sistema sobre tudo o que decide não avaliar.

Embora culturalmente tenhamos uma devoção pela ideia de genialidade (talento), esquecemos que esta é passível de ser encontrada quer nos indicadores medidos como nos não medidos, e que na impossibilidade de se conceber um indicador universal englobando a totalidade do que é um ser humano, ser um génio ou um Ás a isto ou àquilo nada diz sobre o valor dessa pessoa nos variadíssimos outros aspetos em que pode sempre igualmente brilhar. Esquecemos também que  genialidade pode advir da potenciação de vários desses indicadores em conjunto, e que só com esforço e trabalho é que alguém não estagna ou regride na sua genialidade.

É, pois, importante contrapor o culto irracional do brilhantismo intelectual com exemplos e mensagens como a do referido Reitor. A ele podemos juntar o exemplo de vida de James Dyson (narrado no livro Against the Odds: An Autobiography) ou a opinião de Edward O. Wilson (em Cartas a um Jovem Cientista) quando afirma que "o cientista ideal é inteligente apenas até um grau intermédio: suficientemente inteligente para ver o que pode ser feito, mas não tão inteligente que se aborreça por fazê-lo".

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