Um Dia de Chuva em Nova Iorque, obra cinematográfica do incontornável Woody Allen, conta a história de de Gatsby Welles (por Timothée Chalamet) e Ashleigh Enright (por Elle Fanning), um casal de estudantes universitários que vêm à 'cidade que nunca dorme' para desfrutar de momentos a dois, e que se vê subitamente apartado um do outro por um período de largas horas de intempérie. Durante o lapso temporal deste afastamento muitos encontros e desencontros ocorrem, acompanhados de muitas reflexões e projeções sobre as expectativas futuras e as memórias de um passado não muito distante surgem para reconfigurar e cambiar o rumo de cada um dos dois amantes, que acabam por se separar consentidamente.
O grande mérito deste filme não está, na minha opinião, na divulgação da cidade de Nova Iorque ou no entretenimento de qualidade que representa. É minha convição de que o grande contributo de Um Dia de Chuva em Nova Iorque joga-se na ideia de que não há como assegurar êxito a relações interpessoais alicerçadas apenas no lado conjuntural da vida. Se duas pessoas estão juntas apenas porque coincidiram em determinado período e nada mais, bastará que os ventos os soprem em direções desiguais para que a relação entre ambos caduque de funcionalidade.
Acresce ainda que só conseguimos aproximarmos da felicidade e de relações duradouras se soubermos quem somos e que tipo de perfil faz sentido procurar para uma vida dois. Tudo o resto é aguentar com esforço uma proposta existencial que por definição não estará alinhada com a versão mais natural e genuína que mora dentro de nós. Um Dia de Chuva em Nova Iorque tem o condão de mostrar que o processo de autodescoberta pode requerer o surgimento de imprevistos ou volte faces inconvenientes numa primeira leitura, que se revelam depois a brecha por onde a clarificação desponta. Na prática, pode ser suscitado por um dia chuva como pode ser uma conversa com os pais, pode ser um reencontro na rua com alguém conhecido como também o encontro no café com alguém completamente diferente do que estamos habituados.
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