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Sobre o Sol enquanto regente do tempo, iluminação e calor, e a sua omnipresença e omnipotência na 'Criação'

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Light Carrier - Sun Daliang (2010-2011)

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Poucas evidências há de contacto real e necessário com o cosmos Criação do que a experiência diária e acumulada da Humanidade com o sol. Este astro que conta no seu currículo com a histórica demonstração de que a Terra (e o Homem) não é o centro do universo, assume uma importância incomparável e quase absoluta para os fenómenos biológicos. 

O Sol rege o tempo, a iluminação e o calor. Pelo lado simbólico destes elementos, falamos de iluminação como imagem de conhecimento, inteligência, inspiração, e falamos de calor para classificar o efeito de camaradagem, empatia, amor que é capaz de ligar seres humanos. Estes conceitos são indispensáveis em quaisquer religiões, mas estas devem-nos à imagética encerrada nas dinâmicas da função solar connosco. Porém, embora várias religiões coloquem muita ênfase na criação e na relação entre Deus e o Homem, preferem abordar e aproximar-se de Deus equivalendo-o a um ser humano superpoderoso, ao invés de o plasmar naquilo que em termos de universo (de 'Criação') aparenta representar o máximo que o mundo físico nos é capaz de proporcionar como evidência. E esse máximo pode perfeitamente ser o Sol, com a sua omnipresença e omnipotência nas vidas humanas, que orbitam metabólica ou psicologicamente em função de condições de luz e calor direta ou indiretamente proporcionadas pelo astro. Não podemos igualmente esquecer que a contabilização do tempo se deve aos ciclos encerrados no conceito de dia e ano, os quais resultam de condições impostas pela realidade solar. O Sol rege-nos também a sensação de passagem de tempo e de progresso, sendo responsável pela metragem com que mapeamos o envelhecimento das pessoas, as fases das plantas e dos oceanos, bem como a coordenação de toda uma população mundial nas seus infinitas constelações de tarefas, postos de trabalho e recriação.

Tecnologicamente muito do que tentamos fazer é contornar ou ir para além do que o sol proporciona. A luz artificial, o aquecimento ou arrefecimento controlados, os incessantes aumentos de produtividade para conseguir encaixar cada vez mais ações no espaço temporal fixo de um dia (balizado pelo nascer do sol e por do sol). A urgência de rapidez e eficiência nos transportes deve-se a que o dia é finito, e ao facto de a luz solar definir e restringir o nosso momento útil de atuação. Essa urgência deve-se o dia termina, e na ausência de luz e calor solar queremos é voltar e permanecer ao nosso abrigo, acautelados dos suprimentos necessários.

Assim, a Vida decorre numa ciclicidade transcendente onde o Sol, na sua apatia e indiferença de astro sem vida humana, é ininterruptamente o regente. Não pretendo com este reconhecimento recomendar que se preste um culto folclórico ao sol (tal como aplaudi-lo), apenas que se reflita que este astro está mais próximo de objetivamente mostrar o que é ser Deus, do que qualquer figura semi-humana que nos mostrem ou preguem debaixo de um teto durante anos a fio.

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