Mask - Niobe Xando (1968)
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O sabor da liberdade é francamente melhor quando na memória ainda mora fresca a lembrança de momentos parcos naquela. Poder sair à rua e funcionar publicamente sem a obstrução da máscara é motivo de regozijo e esperança, por tudo o que representa de novidade e redescoberta, e por tudo o que mostra da capacidade humana de se adaptar a circunstãncias desfavoráveis, e sacrificar o curto-prazo em prol de dias mais risonhos.
Acho que devemos embalsamar devidamente a experiência e memórias destes anos de confinamento físico, mental, emocional e respiratório. Que o penduremos nas paredes da nossa existência para de tempos a tempos olhar para lá e recordar que há sempre algo que pode surgir e colocar em causa a normalidade que dávamos por certa; e, em cima disso, que há sempre um dia seguinte, um virar de página, uma alvorada em que tudo volta a estar bem (ou quase bem). Esta é um mecânica própria de ter fé na vida, e não deve subsistir qualquer pejo em assumir que assim é e de vibrar convictamente quando é tempo de, por fim, o fazer.
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