Sobre o filme 'Malícia' (1973), a arte de bem sensualizar via cinema, e a recordatória da importância de valores e normas morais

Malícia, filme de 1973 assinado pelo italiano Salvatore Samperi, conta a história de uma viuvez de um pai de família e sua prole de 3 rapazes, a qual é abençoada (ou amaldiçoada) pela aparição de uma sensual e bela governanta (graciosamente interpretado por Laura Antonelli) que preenche o imaginário erótico do patriarca e dois filhos mais velhos, levando-os a limites de loucura.

O filme prima pelo modo como, volvidos praticamente 50 anos sobre o seu lançamento, consegue ser genial na arte de sensualizar com inteligência através sétima arte. A cena na noite de tempestade - pela gestão da exposição à nudez da governanta através de jogos de luz, cruzado com a aceleração ee transição de cenas, e ainda com exclamações de aflição devido a medo do escuro da governanta - é um marco na arte de representar êxtase sexual com classe e sem redundar no ato propriamente dito.

Para lá do excelente valor do filme pela qualidade da sua realização e mestria na criação de cenas apelativas, subsiste uma lição de moral que é a da importância dos valores e normas morais para refrear e balizar condutas instintivas masculinas (ou hormonais), de que são exemplo os da família (e seus papéis), da maioridade etária, da educação sexual, e da igualdade de género.