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Sobre não ser possível fazer omeletes sem ovos quando o motivo é não se dever colocar os ovos todos na mesma cesta

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Encontrando-me no rescaldo da época festiva anual que é marcadamente ovípara no imaginário, convoco para este texto dois preceitos afins com a linha temática, a de não se dever "colocar os ovos todos na mesma cesta" e a de "não ser possível fazer omeletes sem ovos".

Quer-me parecer que as duas ideias não são mutuamente exclusivas mas são, pelo menos, potencialmente conflituantes. É que se por prudência retirarmos recursos (dinheiro, atenção, emoções, tempo) de um dado tema (ou de um conjunto deles), é muito provável que possamos vir a concluir que com os parcos recursos àquele(es) alocados não se proporcionou sermos capazes de atingir os resultados desejados.

Torna-se pertinente perguntar se o nosso destino inexorável é produzir omeletes. A omelete pressupõe que o ingrediente principal seja o ovo, mas se não os alocamos em abundância, mais certo é que o ovo não mereça ou deva ter a importância que o produto omelete lhe reserva. Com poucos ovos conseguem-se fazer bolos, panados, saladas, molhos, e esses são também itens confeccionáveis de insuspeita utilidade e qualidade nutricional.

Cabe-nos discorrer e ter controlo sobre as opções de confecção que admitimos realizar nos vários assuntos para os quais a vida convoca. Não precisamos de chorar automaticamente a respeito da recorrente falta de ovos, nem ter de apostar demasiados deles em frentes que se afigurem reconhecidamente arriscadas ou manifestamente desconhecidas. Há vida para lá das omeletes, e portanto uma saída possível para cada assunto é desconstruir-lhe os pressupostos (ou dogmas) que alimentam a frustração que julgamos sentir sobre o que são, afinal, os resultados desejados e os meios confeccionáveis para os alcançar.

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