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Sobre a temporização da criação e comunicação de uma ideia, o teste prévio de pressupostos, e o encontrar um contexto externo certo para o seu lançamento

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Internal Shape 09 - Harumi Nakashima (2019)


Uma ideia acesa numa cabeça é uma lâmpada apagada para o mundo, exceto naturalmente para os poucos que sabem ou suspeitam da sua existência. Uma lâmpada acesa no exterior de uma casa é uma constatação se for vista à noite pelos que estão em seu redor ou pelos passantes, mas é uma camuflada evidência durante um dia. luminoso. Também as ideias na cabeça se mostram melhor na noite dos eventos, quanto não há luz, esperança ou tempo a perder.

Fazer uma ideia transpor a barreira da interioridade cerebral para o mundo exterior é um momento de coragem, como que um trabalho de parto. E é muito arriscado fazer evoluir uma ideia nessa interioridade - fazer-lhe a gestação - e nunca a por a teste ou melhoria pelo confronto ou experimentação com a realidade. As ideias podem assumir a configuração de protótipos, de concretizações testáveis ainda sob vislumbre parcial da sua magnitude ou potencial plenos, e com isso determinados pressupostos que lhe são subjacentes podem confirmar a sua validade enquanto hipóteses ou argumentos de plausibilidade.

A pressa é inimiga da perfeição, e no que toca a ideias, boas ou más, há um tempo para estas amadurecerem. A colheita de uma ideia, tal como um fruto, deve esperar pela maturação certa - processo interior e evolutivo - mas também pelo contexto exterior adequado, pois de nada vale trabalhar a perfeição apenas pela vertente egocêntrica, e esquecer que aquilo que Miguel Torga terá escrito um dia, que as virtudes terapêuticas da fonte estão bem na certeza de sede de quem a procura.

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