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Sobre o Deus vendido

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Oponho-me ao conceito de Deus de acordo com as parábolas ou histórias efabuladas que se pregam nas igrejas por um único motivo: pelo facto de a igreja potenciar um conceito de Deus redundante feito a uma escala retrógrada e limitante.
Ninguém tem o direito de se apropriar de um conceito abstracto e de lhe atribuir um significado inquestionável, mesmo que esse alguém seja uma instituição que promova o bem no mundo.
Quando se associa a Deus palavras como “Criador” ou “Pai” está-se a humanizar o conceito a enforma-lo em nós como algo humano e que portanto se deve poder ver. Porque não considerar Deus a Natureza, em vez de a considerar consequência de Deus? Porque não entender Deus mais como uma força ou energia do que como um Homem? Porque não entender Deus como um elemento matemático que estabelece normas gerais que se vão intersectando e que levam à criação de tudo o resto? Porque não entender Deus apenas como uma base de dados, repleta de probabilidades de acontecimentos, onde a ocorrência de cada fenómeno, individualmente, não seja acto intencional mas apenas consequência de uma probabilidade de suceder?
Se cresci no seio de pressupostos religiosos pouco abertos ao debate, há muito que me posicionei e que me fiz crente da minha própria religião, uma em que não há fronteiras ou dogmas, onde busco argumentos para existir.
Os povos perdem por serem fiéis a crenças tão pouco arrojadas e tão curtas de sentido, deviam antes fazer de questões difíceis como essas motores de desenvolvimento de consciência crítica e capacidade argumentativa que condigam com os desafios que o mundo nos apresenta todos os dias, para os quais não temos resposta quase sempre, mas dos quais fugimos, por preferirmos a comodidade do não saber ao desafio de lutar por um sentido, tarefa bem mais árdua.

6 comentários:

  1. Partilho parcialmente na tua individual religião. Eu sou mais baseado na saga matrix onde tudo é desenhado por um "arquitecto" e onde os sentimentos , reacções e sensações são elaborados por um mero sistema informático, onde se sabe que a matéria é infinita a maleável. Penso que a única e verdadeira coisa que carregamos é a nossa livre e individual capacidade de pensar.

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  2. Penso que é óbvio para ti desvendar os segredos da actual igreja católica. Alguns pensamentos parecem ter saído de um ser não presente na raça humana. Um ser que tem uma inagulável capacidade de pensamento, que a igreja católica seria incapaz de reproduzir ficticiamente( pelo menos é o que mostra quando se viu envolvida em alguns acttos animalescos). Esse ser ... Esse sim , deixou-nos com uma ideia magnífica do que é viver, do que é ter compaixão, do quão é importante ter capacidade de pensamento.

    Bem está tarde amanhã continuarei a escrever se puder...

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  3. Talvez que a questão mais complidada seja a da origem, não! Como é que tudo começou?
    As questões éticas também não são fáceis de resolver...
    Cátia F.

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  4. "....a igreja potenciar um conceito de Deus redundante feito a uma escala retrógrada e limitante."

    Caro MM,
    talvez, em tempos, a Igreja católica tenha promovido um tal conceito assim como o refere mas actualmente as coisas são bem diferentes...
    O relativismo que denoto na sua posta pode ser perigoso...
    Existem "coisas" que de facto não são relativas no seio da religião católica....

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  5. ... um dos problemas desta questão tem a ver com o facto de alguns e religiosos verem a questão do lado inverso ... ou seja afirmam que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança ... quando o que se passa é precisamente o contrário. .. é o Homem que cria Deus à sua imagem e semelhança...
    FORÇ'AÍ!
    js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt

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  6. Caro Marcelo,
    Vejo que és um pensador, alguém que procura de facto verificar a coerência daquilo que se diz e faz. Em relação a Deus, vejo que é um assunto que te faz ponderar...

    Bom, como és uma pessoa que gosta de pensar e de desafios, tenho algo a partilhar contigo acerca da minha experiência pessoal.

    A melhor forma de pensar em Deus é através da vida e pessoa de Jesus Cristo... saramágo tem a sua visão, mas ele não arriscou a sua vida por causa dos seus escritos, ao contrário dos 4 evangelistas do Novo Testamento... (Sendo a Bíblia Sagrada o documento antigo com mais vestígios arqueológicos e manuscrito a comprová-la, penso que não deveremos duvidar que a sua historicidade é fidedigna)

    Em Jesus vemos Deus, como nos diz a Epístola aos Hebreus capítulo 1, versos 1 e 2 "Anteriormente Deus falou aos nossos antepassados muitas vezes e de muitas maneiras por intermédio dos profetas. Agora, nos tempos em que vivemos, falou-nos através do seu Filho, a quem deu todas as coisas e por meio de quem criou tudo o que existe."

    Quando lemos acerca de Jesus, vemos o caracter de Deus - não de uma religião. Desafio-te a ler (ou reler) os 4 evangelhos de forma honesta e aberta... e depois experimenta esse Deus na tua vida, pessoalmente... Só quem experimenta pode falar!

    Pensa nisto que Jesus disse: o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (Evangelho de João Cap. 6, verso 37).

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