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Sobre a pedagogia do vendedor

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As características desejáveis num vendedor devem superar as de um mero intermediário entre o cliente e a mercadoria.
Nem sempre a presença do cliente simboliza a certeza daquilo que pretende, podendo apenas manifestar um impulso base sobre o qual se concretiza ou não uma compra. Cabe ao vendedor saber clarificar no cliente o seu desejo, abrindo também alas à projecção da sua arte e técnica de venda.
Calha de acontecer que o cliente faz-se presente num estabelecimento apostando as suas incertezas na experiência que assume existir naquele que a atende, tendo pois ambições de que este por conselhos, sugestões ou recomendações, faça a sua pedagogia de vendedor, crucial para que o cliente crie confiança no produto que julga querer adquirir.
Aconteceu-me já, porém, chegar a um balcão e dar com um vendedor tão ou mais ignorante que o próprio cliente, não se imiscuindo do auxílio ao cliente, ficando expectante a uma decisão por parte deste, comprometendo o à vontade deste na matéria. Tais pessoas não reúnem condições para liderar o atendimento a clientes, devendo ser, caso persistam nessa filosofia, afastados desses palcos do comércio a que chamamos balcões.
Um não entendimento da necessidade de participar no processo de aquisição, por parte do vendedor, é uma pista para o seu não entendimento de que, salvo casos de obstinação do cliente ao acercar-se do vendedor, qualquer processo de compra exige do vendedor uma atitude de comprador simultânea aos seus deveres de promotor das vendas. Justiça seja feita aos que pecam por defeito, pois também já contactei com vendedores que apostam no exagero do seu papel de cliente, ultrapassando a meta de clarificação do cliente e dando a sensação de genuínos impostores, teatralizando as vendas e abrindo vagas ao sensacionalismo. Vender não é o simétrico de comprar, é tão só o comprar a confiança com a venda de ideias.

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