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Sobre a religião: uma questão de saúde?

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Em virtude de uma racionalidade que emancipa os humanos dos demais seres terrestres, os pensantes estão fadados a conceber o mundo numa perspectiva causalista, a qual se perde ante a imensidão do universo e a vastidão lógica desvendada e ainda por fazer.
Milénios de bulício não nos capacitaram de respostas objectivas para inquietações intelectuais naturais como o sentido da existência, da vida e funcionamento do mundo. É neste contexto que a religião surge, como uma resposta consequente à necessidade de explicações, servindo-se da capacidade criativa e imaginativa da mente para construir sustento espiritual à civilização.
Num primeiro momento, parece-me que a religião é uma inevitabilidade face à urgência de significado da criação e manutenção da vida, podendo afirmar-se, sem reservas, que se trata de uma questão de saúde, sim.
A minha discórdia para com as religiões, tendo como muleta a Católica com a qual convivo de perto, não se centra tanto nos primórdios da sua génese, persegue antes a estagnação das premissas assumidas e a obstinação com que se nega à evolução e superação. Os fiéis vivem e cultivam as suas fés com graus de entendimento, esforço ou provação distintos. Pactuam não obstante na certeza de que ao assumirem a sua crença, comungam de uma paz colectiva muito dada a vergar o medo do vazio da existência. À parte, agora, da perspectiva beneficente, ouse-se problematizar uma existência sustentada por crenças valorativas. Temos religião, temos a saúde necessária a viver cada dia, mas seremos tão débeis ao ponto de remeter permanentemente para planos secundários assuntos tão cruciais? A dinâmica cívica e organizacional ao longo de séculos tem vivido apartada de novas perspectivas e caminhos, impregnada de frivolidades por força desse apaziguamento provocado pela religião, cuja presença aproxima-se da imposição e contradiz-se.

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