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Sobre o dilema da qualidade e quantidade na escrita

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De que forma pode alguém saber se está a produzir material escrito em qualidade e quantidade de acordo com o seu potencial?
É importante à partida encarar esta questão ciente de que a temática das produções escritas é variável de elevada dependência no desfecho final da pergunta inicialmente avançada.
Se ignorarmos num primeiro momento a questão da qualidade, poderia afirmar sem receios que o tema determinaria a quantidade, na medida em que uma tendência para a escrita sentimental, aquela de fala de emoções e estados de espírito e que se perde nessa temática, levaria a um caudal rico de textos e reflexões, uns melhores que outros, umas mais claras que outras, naturalmente.
Tornar-se-ia um tédio abdicar da qualidade e avaliar tudo numa base quantitativa, embora se ganhasse em objectividade.
Sucede que a temática mexe também na qualidade e esta determina profundamente o valor da quantidade de material escrito produzido, podendo-se por fim analisar a proximidade ou distanciamento do que advier dessa análise comparativamente ao potencial que identifiquemos em nós.
A escolha de temas menos óbvios ou senso comum, porventura mais técnicos e abstractos, leva a que se escreva menos pois a dificuldade em desbravar o assuntos associada à motivação própria que exigem para os aflorar, assim o impõem. Contudo, a produção de um texto de eventualmente mais árdua interpretação sobre um assunto complexo e talvez órfão de intuição, pode constituir um ganho adicional superior a resmas de papel escrito sobre banalidades ou questões pouco racionais.
Só pela análise conjunta destas variáveis se poderá arriscar um palpite sobre o produto global do acto da escrita, ao qual se deverá somar os passos dados a favor de uma evolução literária que se exige. Escrever não deve ser um acto descomprometido.

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