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Sobre o evocar o mundo inteiro

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432055LQtp_w Quando se diz que o mundo inteiro faz isto, pensa aquilo ou sofre com um problema comum, concentramo-nos mais no conteúdo do que está a ser dito do que propriamente na referência que está a ser feita. Que mundo é este que se evoca? Será o mesmo para todos? Que imagem surge na mente em resultado da expressão mundo inteiro?

Uma imagem passível de surgir na mente é do planeta Terra visto do espaço, com a sua conformação esférica de matiz azul e branca. Uma opção legítima ainda que pobre em traços de humanidade e em resultados da actividade da mesma.

Pensar no mundo inteiro é jogar com a noção que dele se tenha. Só de forma mais atentada se poderá pensar nos países que o compõem, até lá a consideração cessa numa imagem vaga de continentes ou zonas geográficas.

Há algum tempo atrás ouvia com alguma regularidade uma frase, igualmente interessante, que era tu não sabes o que é o mundo, a qual pretendia aludir à ingenuidade da pessoa que dela fosse alvo. A frase em causa encerra um saber que importar avivar: realmente pessoa nenhuma sabe o que é mundo. O mundo está para além das tristezas e alegrias de cada cidadão, havendo defeitos e virtudes distintas em distintas partes nesse tal mundo inteiro. Se os americanos acordam com medo da economia, os zimbabwenses nem sabem o que isso é dada a guerra, devastação e miséria em que vivem. Na Islândia não se sofre do frio como se sofre devido à nação estar na bancarrota, enquanto que para algumas populações de África a bancarrota é uma realidade desde que nasceram, restando agora sobreviver ao calor que lhes seca os poços de água. Na China bebés morreram enquanto a repressão aos Tibetanos continuava. No Brasil, as cheias mataram e desalojaram inúmeras famílias, enquanto na Irlanda se descobriu que a carne de porco anda contaminada desde Setembro.

Ninguém consegue abranger na ideia de mundo inteiro todas as realidades possíveis de ser vividas dentro dele, pelo que é fantasista dotar de grande interesse a sua evocação.

1 comentário:

  1. Na verdade o mundo tem múltiplas realidades. Mas não precisaremos de recorrer ás dimensões planetárias para chegarmos a essa conclusão. No entanto uma realidade é única para todo o mundo: O homem é a espécie dominante. Resta saber até quando. Porque o próprio planeta já teve outras realidades. Até há cerca de três milhões e meio de anos, a realidade do planeta era ter apenas uma realidade- a de ser verdadeiramente global.

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