Procurar:

Sobre o que é nacional

Share it Please

Rooster of Barcelos - 3vial Art

                         
Quem nunca se perguntou porque motivo cada vez mais o nosso povo prefere uma música inglesa ou um filme de Hollywood em detrimento de produções nacionais? Ninguém é obrigado a consumir aquilo com o qual não se identifica, mas a verdade é que quando se fica de pé atrás a priori e isso deturpa o apuramento do gosto, como acontece relativamente ao que é nacional, então isso denuncia vergonha cultural e no limite, vergonha do nosso país, do que nele se faz e de ser português. Muitos dirão que o que por cá se canta, encena, publica, come, etc, não é fashion, não é confortável de consumir, não dá o prazer gerado com o consumo do que é importado. 

Este hipnótico embebedamento com a cultura estrangeira como sendo o exlibris do que é bom e tem qualidade, indicia o problema gravíssimo que temos enquanto nação. É inconcebível que se consuma toda e qualquer porcaria estrangeira e não haja a mesma tolerância para com o que se faz por cá.

Os brasileiros chamam brega a uma certa música pouco elaborada e lamechas, baptizada por cá como pimba, mas conseguem promover-se e gostar da MPB, a música popular brasileira. Em Portugal, pimba é praticamente tudo o que seja portuguêsfacto que se vinca cada vez mais como um laivo de esquizofrenia da nossa cultura. 


No futebol conseguimos exponenciar uma identidade lusa que não pára de surpreender e da qual pessoa alguma não deixa de se orgulhar. Porque motivo, então, não há correntes de promoção de outras vertentes nacionais? Não nos podemos esquecer que se hoje há imensos futebolistas portugueses a dar cartas mundialmente e a promover o país e a nossa cultura, isso deve-se a ter existido gente que se concentrou na matéria-prima nacional em detrimento da estrangeira, gente que viu para lá do pimba.
É isto que falta por cá: acreditar nas nossas coisas, dar o benefício da dúvida e constatar depois que o que é nacional é tão bom como o estrangeiro, desde que não se cortem as asas à nascença, com os gumes do preconceito e da inveja.

4 comentários:

  1. A questão que abordas é interessante, mas isso já vem de muito atrás. Por exemplo já no século XIX por exemplo, era moda "consumir cultura" de outras partes da Europa como por exemplo a França.

    Nesse tempo, o acesso a esses conteúdos culturais estava restrito a uma classe mais previlegiada, logo o desenvolvimento de "cultura nacional", como por exemplo os cantares tradicionais era muito mais comum dentro do povo em si.

    Hoje em dia, nesta nossa sociedade da informação, a cultura estrangeira (como por exemplo os filmes de Hollywood que representam parte da cultura dos EUA) é muito mais difundida, e logo mais popular.

    Quanto ao conteúdo "nacional", penso que um grande problema é sempre a nossa tentativa de imitar os outros.

    Essa tentativa de "imitação" muitas vezes não funciona, no entanto existem muitos artistas que conseguem ter sucesso,porque na minha opinião, conseguem aproveitar o melhor da cultura estrangeira, e juntá-la a elementos da nossa própria cultura, criando grandes obras.

    Penso no entanto que isso está a acontecer em todos os paises neste momento, penso que as diversas culturas estão a misturar-se, que depois resultam em obras belas.


    Finalmente, penso que "cultura com origem portuguesa", de que é exemplo o fado sempre demontrou a nossa própria riqueza.

    ResponderEliminar
  2. Caro Radar,

    Obrigado por comentares o meu texto.

    Como bem dizes, as culturas estão a mesclar-se, a impregnar-se umas das outras. Penso que é uma tendência que cada vez mais se verificará no futuro.

    Discordo porém que estejam a surgir obras belas por causa disso: em qualquer domínio artístico o que se verifica é um exagero de repetições, um exagero de gente a cantar, encenar ou escrever sobre a mesma coisa, sinal de que andamos numa fase que é altamente propícia ao fenómeno do "copiar-colar" (copy-paste).

    Sobre Portugal, acho que mais do que identificar o fado como referência da nossa cultura, falta à nossa geração capacidade de apreciar o fado, pois não basta saber que ele existe.

    A falta de oportunidade dada ao que é nosso, para nos arrebatar e surpreender é o motivo de ter escrito este texto.

    Cumprimentos,

    Marcelo Melo

    ResponderEliminar
  3. Olá Marcelo Melo.
    Deixo como sugestão o endereço www.bubok.pt. Aqui podes encontrar a primeira editora online para auto-publicação neste nosso país à beira mar plantado. Esta é uma forma de democratizar a edição de livros em que, à semelhança do YouTube em relação aos vídeos e do MySpace em relação à música, és tu quem tem o controlo sobre tudo.
    Na Bubok são as tuas ideias que ganham liberdade.
    O processo de publicação é muito simples e rápido, deixando-te com o controlo total do teu livro. São 5 passos a seguir, do upload do ficheiro com a tua obra, à escolha do preço da obra. Através do sistema Print On Demand, não há tiragens mínimas obrigatórias. A impressão do livro é feita por encomenda, evitando os excedentes poeirentos e poluentes.
    podes divulgá-lo nas paredes! Romances, fotografias, receitas de culinária, monografias, diários de viagem, etc, tudo pode ser publicado na Bubok.
    Depois de publicares, és tu quem promove o teu livro: sms´s, comments, fives, vídeos, fotos. Vale tudo, só dependes de ti!
    Qualquer dúvida que surgir, não hesite em contactar-me: marta.furtado@bubok.com
    Vai a www.bubok.pt e começa a publicar.

    ResponderEliminar
  4. não duvides disso o tuga pensa: é português nao vale nada. e tão boa música que temos ( bandas novas) e tão bons sítios para férias... mas é mais chique ir para fora

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...