Como lembraria uma conhecida marca de cartões de crédito internacional, há coisas que o dinheiro não compra. É precisamente sobre algumas elas que falarei.
Do estrangeiro vêm exemplos que me fazem crer que não estamos perante um insólito fenómeno nacional quando vemos gente que fruto de um pertencer à elite económica, pressupõe que faz parte da elite intelectual, cultural e política do país por consequência.
Para se perceber este nexo funcional, importa pensar no parâmetro que preside à definição das classes sociais, que é claramente o aspecto económico dos agregados familiares. Quem tem 1 milhão é classe alta, quem tem 10 mil é classe média, que tem 100 é classe baixa. A partir desta classificação oficial, surgem os estudos sobre padrões culturais, educacionais, sociais. Convencemo-nos então que a classe alta tem regra geral mais formação e tende a ser culturalmente mais sofisticada. Claro, têm dinheiro para tudo isso, não é?
O estranho disto tudo é que ter-se dinheiro para pagar formação superior e entradas no CCB ou Casa da Música por si não garante que aquelas pessoas sejam elites em outras dimensões que não a económica.
Com dinheiro compram-se quadros e garante-se um lugar na ópera: é-se elite cultural só por causa disso? Com dinheiro é-se importante e têm-se tertúlias com mentes brilhantes, ou então consegue-se ir estudar para as melhores instituições do mundo: é-se elite intelectual só por causa disso?
Neste modelo de sociedade assente na hegemonia económica como certificado de sucesso, o poder que emana daí tende a querer impor o que, como diria a conhecida marca de cartões de crédito, o dinheiro não compra. O resultado final pode-se dividir em dois grupos: um de gente que deambula na sociedade num pressuposto snob de superioridade que não passa de jet-set de revista e jornal, e outro de gente que vive os seus dias com atitudes que as façam crer que são a elite e o sustentáculo do pensamento e cultura nacionais.
"A partir desta classificação oficial, surgem os estudos que sobre padrões culturais, educacionais, sociais. Convencemo-nos então que as classes alta têm regra geral mais formação e tendem a ser culturalmente mais sofisticadas."
ResponderEliminarÉ melhor rever o texto...
Já corrigi. Obrigado
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