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Sobre o livro Outliers, a relativização do QI, e o sucesso como atitude e percurso

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Perfect Match - Rob Snow


Um das mais valiosas ideias depositadas no livro Outliers, do britânico Malcolm Gladwell, é a de vincar com agudeza e exemplos, que a genialidade pode (e deve, segundo o autor) ser vista como uma sucessão de oportunidades raras que foram aproveitadas por aqueles que as detectaram e a elas se entregaram de alma, esforço e coração.

Esta perspectiva combate a ideia muito difundida entre nós, ou pelo menos excessivamente subentendida, de que se nasce génio e que ou se está fadado à nascença a ser um fora-de-série ou então nada feito: quais carimbos de passaporte . Segundo a proposta de Gladwell qualquer um de nós pode acordar para uma vida de excelência, só tem para isso, entre outros, de estar disposto a trabalhar muito para descobrir as oportunidades raras que farão a diferença amanhã.

Mostra-se no livro, por exemplo, que o QI das pessoas só importa em determinados contextos, e que desde que se tenha um QI suficientemente bom, são outros os factores que fazem a decisiva diferença. O sucesso cai fora da métrica dos quociente de inteligência e passa muito por encontrar um forma eficiente de comunicar com os outros, e muito, também, pelo vencer entraves culturais que tradicionalmente condicionam pessoas de diferentes nacionalidades em diferentes aspectos. Por exemplo: os asiáticos são melhores a matemática que os ocidentais porque tendem a desistir mais tarde que estes quando colocados ante duros desafios.

No cômputo geral, este livro contribui para que olhemos a vida que temos/levamos nos olhos e percebamos que se não somos casos maiores de sucesso é porque algo se passou na nossa relação com as oportunidades que brotaram em diferentes momentos da vida, mas que, sem prejuízo, continua a estar ao nosso alcance preparar um amanhã de sucesso e excelência, pois esses passam menos do que se julga por índices de inteligência, e bem mais por mudanças de atitude relativamente ao mundo que nos cabe viver.

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