Imagem: Back Flip, Paradise Cove - Herb Ritts (1987)
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O jovem adulto em que nos transformamos findo processo formativo (e germinativo) da adolescência tem em si ancorado as marcas do berço educativo e cultural que nos patrocinou a vinda ao mundo, cruzadas com caraterísticas inatas (ou quase), e ainda com as cicatrizes das efemérides do percurso pessoal trilhado até então. Sumaria e abstratamente, é isto que se pode encontrar ao ler a obra This Side of Paradise. O livro dá conta de um tal de Amory Blaine, que segundo consta é uma construção ficcional que remete a vida do próprio escritor que assina a história: F. Scott Fitzgerald.
Da infância, à puberdade, da vida universitária a um pós-guerra mundial do qual Amory é sobrevivente, o leitor vai acompanhando os convencimentos e as aprendizagens experienciadas por este jovem, bem como as diferentes influência que com ele se cruzam e o vão marcando e moldando, ora pela positiva, ora pela negativa, influências esses que passam por pessoas do seu dia mas também autores cujos livros vai lendo e recitando.
Como moral da história, This Side of Paradise deixa antever a importância das personalidades se construirem sob a esfera de influência de bons modelos (exemplo: Monsignor Darcy), sob pena de se emaranharem sobre si mesmas ou de cederem a marasmos existenciais que desembocam no desnorte e na necessidade de reinvenção tardia. Nota também para o facto mais marcante da história: a incapacidade de Amory singrar profissionalmente ao nível da envergadura intelectual e cultural que exibe. Com isto, acaba humilhado pela desistência forçada de um amor genuíno que não consegue sustentar financeiramente e do qual é, consequentemente, dramaticamente amputado.
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