Evolution - Madhab Das (2021)
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Sapiens: Uma Breve História da Humanidade é um livro excitante porque camaleónico, na medida que assume perante o leitor um papel mutável há medida que a leitura prossegue. De uma dissecação clarividente e perspicaz dos primórdios da humanidade, o livro evolui para um entrelaçamento arrojado de características e ocorrências desde o período medieval até à revolução científica, e depois até à revolução industrial. Culmina numa forte reflexão sobre o objetivo maior que a humanidade persegue: alcançar a felicidade constante. Por fim, mas menos valorizável quanto a mim, o livro deixa uma premonição das enormes alterações em marcha sobre a relação da humanidade com o planeta e com os seus limites biológicos.
Focando o valioso e arrojado entrelaçamento de ideiaas encontrado em Sapiens, o seu autor Yuval Harari iguala religiões a teorias económicas como o capitalismo ou comunismo: tudo são ideologias, assentes em convenções, capazes de implementar formas coletivas de interagir sob regras com padrões de compreensão. De igual modo, evidencia como as repugnantes mentalidades supremacistas raciais se converteram hoje numa muito mais permitida e atraente disputa sobre os méritos e defeitos das diferentes culturas.
Aquilo que para mim é o busílis intelectual do livro, é a ideia de que há dois mecanismos de progresso na sociedade: a infelicidade e o desconhecimento. Enquanto o mundo se permitiu evoluir só pelo dorso da infelicidade, o ritmo do progresso foi mais lento e volátil. Quanto entrou em cena o reconhecimento da ignorância, aí as coisas aceleraram e consolidaram-se. A espécie Homo sapiens está onde está porque aprendeu a surfar estas duas ondas de inquietação, e a questão urgente é que limites ou pontos morais prévios devem pautar a prossecução desde exercício evolutivo.
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