Procurar:

Sobre a religião: necessária ou supérflua?

Share it Please
Quando falamos em religião, é comum surgir o Bem e o Mal algures no decorrer da conversação. Acontece que julgo residir nessa dualidade a grande chave das religiões, na medida em que é a ponte para transitar da ordem do divino para a o nível terreno e daí começar a reinar. A religião surge pela necessidade de dar sentido à existência, mas de repente damos com ela a pronunciar-se sobre os capítulos vividos na terra. De facto, aquilo que se processa é que a religião, pelas escrituras a que se socorre para difundir-se geograficamente, inventou um código de conduta supostamente a preceito do criador, no qual se pronuncia sobre as decisões e comportamentos humanos. Pelas escrituras a religião abandona o divino e parte à descoberta de um controlo de massas dissimulado pela crença de que é o divino que assim o pretende e que é ele quem institui as normas do bem e do mal.
Basicamente pode-se considerar que a religião passa a ser supérflua a partir do momento em que abandona o divino e passa a olhar para os povos, em vez de para os deuses. Admito que seja necessária pela impossibilidade de todos a dispensarem das suas vidas, mas julgo que quando se apodera dos códigos morais passa a dispersar a sua utilidade. Não precisamos da religião para perceber que matar é mau, que roubar é mau ou que ajudar é bom. A prática do pensamento confere um alcance fácil a essas considerações, como claramente mostram os tratados de ética publicados ao longo da história da filosofia. Esta é a ideia essencial que gostaria de vincar neste texto, porque no meu observar, dou conta que existe uma noção de que precisamos da Igreja para distinguir o bem e o mal, canalizando a distinção em termos de pecado ou não. Ora quando assim é, vejamos como é perigoso acreditar no pecado em vez de no bem ou mal da ética humana: nos muçulmanos o matar é pecado, mas o matar em nome de Deus deixa de o ser, sendo motivo de regozijo. Agora pensemos só se a morte não é de facto a mesma e portanto igualmente condenável?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...