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Sobre os direitos de imagem

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O negócio da venda da imagem para fins publicitários é tortuoso. Vincular um rosto a uma marca ou produto, tornado realidade pela assinatura de contractos para o efeito, é um pacto que embora possa parecer negativo para ambas as partes caso algum problema surja, joga preferencialmente a favor do produto ou marca e nunca da personalidade.
Agora recentemente um aparente escândalo com um futebolista brasileiro, levou a que a empresa com quem celebrara um contracto de direitos de imagem o cessasse, justificando-se com a negatividade que o escândalo proporcionara.
Para mim, elemento alheio e externo a tudo, a primeira impressão com que fiquei foi a de que estas empresas lucram quando associam os seus produtos ao crédito e reputação de celebridades, pagando-lhes loucamente por isso, mas igualmente lucram quando algo de mal sucede ou é apontado à mesma celebridade que aí perde o contracto publicitário sem nada receber, enquanto que a empresa lucra por se demarcar. Ao se demarcar, o produto valoriza-se na mesma, porque se distingue, porque afirma perante a sociedade que não pactua com situações negativas, e como tal é notícia a desvinculação.
Pergunto-me, pois, se quando se celebram contractos desta natureza, aquele dinheiro recebido não seja o preço de associar uma face a um produto ou marca quando a primeira estiver na mó de cima, e seja também o preço da desassociação da face quando nada acrescenta ou quiçá prejudica a imagem do produto ou marca na sociedade.
Os trilhos da realidade publicitária e desta regras que regem o mercado, que fazem com que um dia se sonhe ser como o tal futebolista que aparece em todas as revistas, que faz caridade e se junta a tudo o que quer ter prestígio, traduzem-se mais tarde numa irresponsabildiade de lavar as mãos e tornar notícia isso mesmo, o encostar para um canto do mesmo rosto, por já não prestar para nada, ter sido sugado enquanto peça no xadrez do marketing, e como tal render uns pontinhos finais quando se conclui a sua vinculação. Uma vez mais é a tal terciarização que por não ter sentimentos nem culpa, trata mal pessoas e não sente nada.

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