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Sobre o acesso à tecnologia

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Muito mal seria eliminado do mundo se o acesso à tecnologia não ocorresse de uma forma deliberada e nada restritiva.
Tanto no Portugal como no mundo de hoje não raro acontece de se constatar que alguma tecnologia tende a ir parar a mãos de pessoas que não fazem respectivos usos da forma mais desejável.
Ao me servi deste modo para retratar o fenómeno, recordo-me logo das situações mais berrantes, que são aquelas em que tecnologias bélicas chegam às mãos de quem não tem ferramentas intelectuais e morais suficientemente amplas e sólidas para saber ponderar com respeito a recorrência à sua utilização. Estes são casos mais graves, que têm colocado enormes reticências na busca da paz mundial.
Contudo, acho que o exemplo mais corriqueiro passa pelos telemóveis e internet. Se nos telemóveis se assiste a uma competição pelo estatuto social que supera o reconhecimento da sua utilidade e quase a substitui; já a Internet tem sido usada de forma prevaricadora por todos os que prezam mais consumir uma música (não só música, filmes, jogos, etc.) do que respeitar o trabalho de quem a criou, recorrendo à pirataria descarada.
Parece-me, portanto, óbvio, que antes do acesso à tecnologia está o acesso à educação necessária para tornar a mente receptiva às novidades tecnológicas de maneira a que um indivíduo saiba servir-se da tecnologia para resolver problemas ou melhorar a sua condiçção, mas nunca para ameaçar os outros, criar conflitos ou alicerçar ganas de cariz anárquico que sublevem aquilo que precisa de existir no código moral e ético de um humano moderno.
Perante tais acontecimentos não preciso de muito para concluir que enquanto não se tentar partilhar a educação pelas gentes com a mesma facilidade com que se divulga a tecnologia, corremos o risco de poder viver melhor sem contudo o fazermos.

5 comentários:

  1. ...refira-se no entanto que o desrespeito pelos criadores começa nas editoras e produtoras dos referidos filmes e discos... ao sobrevalorizarem o valor dos mesmos na ganancia de obtenção de lucros, enquanto a fatia que cabe aos criadores é reduzida...
    FORÇ'AÍ!
    js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt

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  2. Concordo plenamente com o ponto de vista do comentário anterior. Por muito que uma pessoa se queira actualizar no mundo da música, ou dos filmes, ou dos livros, o elevado custo dos mesmos impede qualquer um de adquirir as obras que mais gosta. Estou confiante que se as editoras baixassem o preço destes artigos, a pirataria baixava substancialmente.
    Excelente blog, Marcelo, continua assim. Dá vontade de ler, porque são temas interessantes e actuais que deviam interessar a toda a gente.
    Abraço

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  3. O fio da fábula

    O fio que a mão de Ariadne deixou na mão de Teseu (na outra estava a espada) para que este se aventurasse no labirinto e descobrisse o centro, o homem com cabeça de touro ou, como pretende Dante, o touro com cabeça de homem, e o matasse e pudesse, já executada a proeza, decifrar as redes de pedra e voltar para ela, para o seu amor.
    As coisas aconteceram assim. Teseu não podia saber que do outro lado do labirinto estava o outro labirinto, o do tempo, e que num lugar já fixado estava Medeia.
    O fio perdeu-se, o labirinto perdeu-se também. Agora nem sequer sabemos se nos rodeia um labirinto, um secreto cosmos ou um caos ocasional. O nosso mais belo dever é imaginar que há um labirinto e um fio. Nunca daremos com o fio; talvez o encontremos e o percamos num acta de fé, num ritmo, no sono, nas palavras que se chamam filosofia ou na mera e simples felicidade.

    Cnossos, 1984.

    Jorge Luis Borges (1899 –1986)
    Obras Completas III
    Os Conjurados

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  4. Olá...vim agradecer a visita e conhecer este mundo por aqui. Muito bom e bastante interessante.

    Quanto ao meu post, aconselho realmente a leitura integral...Platão é sempre Platão...

    Beijinhos
    Moon Priestess

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  5. pois... concordo...
    não se devia retirar trabalhos dos criadores na internet, sem qualquer taxa... mas kem não usa cds gravados!? ... a vida tá cara!



    adoro-te, ó senhor!

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