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Sobre os blogues políticos

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Espanta-me e preocupa-me a quantidade de blogues dedicados à política.
Se por um lado é de louvar que os cidadãos se interessem pela gestão pública e políticas para a nação, a verdade é que tantas vozes a falar por si, não se  confundem como perdem a sua personalidade.
Sai um notícia e logo todos a referem, todos opinam sobre ela, todos se acham dignos comentadores das mesmas. E depois entram numa linha de citação uns dos outros, que acaba por estabelecer pactos de sustentação das páginas uns dos outros, bem como da valorização das opiniões dos outros para que a nossa seja valorizada por eles também.
Não me acho no direito de abusar da crítica ao funcionamento dos blogues, já que estes destacam-se pela sua liberdade funcional, mas enquanto portador de opinião própria, acho que o sistema de citações acaba por retirar o valor intrínseco de um blog enquanto espaço de um autor, talhando-o mais como uma fatia de outros blogs, um remendo de vários blogs.
No que toca à política e aos que se cingem a ela nos seus blogues, sou levado a confidenciar que olho para alguns deles e noto um corporativismo ideológico que leva ao alinhamento e promoção das mesmas ideias em espaços distintos.
Esses blogues políticos agrupam-se um pouco com base na afinidade ideológica, tornando-se forças políticas no espaço virtual, com intuito de moldar as mentes dos que lêem suas publicações com base nas suas crenças partidárias, políticas, ideológicas.
A formatação dos blogues como reacções às notícias leva a que não haja qualquer tipo de interesse em ler e acompanhar múltiplos espaços desse tipo, visto que certamente o indivíduo se entediará perante tamanha repetição de palavras, frases, ideias.
E há ainda algo mais que me preocupa, factor que a meu ver contribui para um perda de valor dos blogues de carácter político, que se resume a uma falta de cuidado do tamanho dos textos. Há textos enormes que rodeiam as questões e que facilmente seriam substituídos por três ou quatro frases. Trata-se de demasiada retórica bloguística, por assim dizer. 

1 comentário:

  1. Se fôssemos menos ideólogos e mais práticos,seríamos decerto um país muito mais desenvolvido.
    A política, quer queiramos ou não, é a força construtiva de qualquer sociedade que se quer organizada e produtiva. Num mundo materialista e consumista como é o nosso, a política é algo imprescindível. Exige-se então que seja boa. Que têm os políticos das grandes potências que os nossos não tenham? Saber? Amor à Pátria? Maior interesse pelo progresso do país do que no seu próprio?
    Perguntas muito simples, que a meu ver precisam de ser muito bem respondidas.
    Tem de haver uma razão para nos mantermos, persistentemente, no grupo dos mais insignificantes. E não são só os políticos os responsáveis. A mentalidade de todo um povo, porque do Estado se trata, funciona como a qualidade do barro com que o artesão faz a peça. Não só as mãos determinam a qualidade do produto final. A matéria prima é muito importante para que essa qualidade seja elevada.
    Como há pouco tempo escrevi no meu blogue, quando assisto a debates políticos na televisão, sorrio, porque me lembro da obra do Eça- «O Conde de Abranhos». Para nossa tristeza, na nossa praça, são muitos os «Lipinhos» que percorrem os nossos corredores da política.

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